quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Crônica do Amor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga.
Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente,emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!
Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Arnaldo Jabor

sábado, 19 de dezembro de 2009

A Felicidade Realista


No trecho do texto A Principio de Martha Medeiros: "De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos,sarados, irresistíveis.Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas.E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário,queremos ser felizes assim e não de outro jeito."

Retrata a verdadeira forma em que muito de nós estamos a pensar.O que realmente pensamos e que alimentamos. Enfim queremos algo irreal, inalcansavel, e sabemos que será assim...Ainda sim alimentamos isso como crianças inocentes a espera da Fada dos Dentes, quando enfim nos deparamos com a realidade e culpamos a Deus e o mundo por causa de nossa Frustração.Mas isso não tem que ser assim...Não existe uma felicidade eterna e condicionada a perfeição...Somos felizes com pequenas coisas, em instantes unicos, que se passam e não são valorizados e nem vivenciados como deveriam.

O que estou tentando mostrar, é que devemos ser mais humanos, menos tecnologicos. Estamos sendo monitorados, gerenciados por padrões e procedimentos que foram criados para simplificar...Para nos proporcionar mais tempo em relação a essa felicidade que tanto almejamos...

Pare agora, e pense:

Quando foi a ultima vez que você foi a um parque , sentou se em um baquinho daqueles e viu o Sol se pôr?

Quanto vale esse sentimento de paz e segurança obtido nessa tarde?

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Reflexão Da Semana

"MORRE LENTAMENTE quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música.
Quem não encontra graça em si mesmo
Morre lentamente quem destrói seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente que se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto.
Quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da Tv o seu guru.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com seu trabalho.
Quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho.
Quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar". Martha Medeiros